O estudo disponibilizado pela CIONET indica ainda que o aumento da produtividade e redução de custos, o alinhamento entre os objetivos de negócio e os objetivos de TI e a agilidade de negócio e speed to market são as principais preocupações dos gestores de TI
A CIONET, a maior comunidade de executivos de TI na Europa, com mais de 4.000 CIOs, publicou as principais conclusões do estudo internacional “European key IT and Management Issues & Trends for 2013”. A lenta recuperação da persistente recessão apresenta novos desafios aos executivos de TI em todo o mundo. As principais preocupações não uma única resposta que sirva em todas as localizações, dadas as peculiaridades geográficas das diferentes zonas. As características dos diferentes mercados influenciam as respostas das empresas a estes desafios. Muito embora a esperada recuperação económica apresente novos desafios e oportunidades aos responsáveis de TI já em 2013 e 2014, espera-se que estes executivos consigam alavancar as oportunidades locais de TI (como a aposta em business intelligence, a virtualização e o outsourcing) para ultrapassar não apenas os desafios globais mas também os locais. De acordo com o estudo “European key IT and Management Issues & Trends for 2013”, disponibilizado no blogue da CIONET (http://blog.cionet.com), as três principais preocupações dos responsáveis de TI nos Estados Unidos e na Europa são:
– Aumento da produtividade e redução de custos
– Alinhamento entre os objetivos de negócio e os objetivos de TI
– Agilidade de negócio e speed to market
O aumento da produtividade e redução de custos tem vindo a ganhar relevância, fruto das atuais condições económicas mundiais. De acordo com o estudo, os líderes de TI já não respondem à crise somente cortando o orçamento de TI. Agora, estes responsáveis olham para as TI como enablers de aumento de produtividade e um elemento de dinamização transversal à empresa.
O alinhamento entre os objetivos de negócio e os objetivos de TI traduz-se muitas vezes em retorno do investimento, na medida em que a maturidade deste alinhamento é mensurável – e quanto mais madura, maior esse retorno. Revelando uma correlação muito positiva entre o alinhamento e a performance da empresa, tanto as empresas europeias como as americanas estão a trabalhar para melhorarem os níveis de alinhamento. Independentemente deste esforço, o alinhamento entre os objetivos de negócio e os objetivos de TI apresenta-se no top 10 de preocupações desde há 30 anos. Os responsáveis de TI olham para as tecnologias de informação como um enabler de eficiência para todo o negócio e focam-se assim em iniciativas que melhoram a maturidade do alinhamento entre TI e o negócio.
A agilidade de negócio e speed to market apresenta-se como argumento essencial para a sobrevivência dos negócios numa economia volátil onde impera a incerteza. Entre os principais casos de sucesso nesta área encontram-se nomes como a Apple (com o iPad) e a Google (Chrome). A agilidade regional e o speed to market são essenciais. Nos últimos anos, esta preocupação “saltou” do fim do top 10 para uma das três principais em ambas as regiões. O estudo indica que este elemento, quando devidamente amparado pela produtividade e pela redução de custos, cria a fundação para as vantagens competitivas a longo prazo, pelo que se antecipa a continuidade da agilidade de negócio e speed to market no top 5 nos próximos anos. Os resultados do estudo referem ainda que a recessão económica levou a que as empresas que operam na Europa se tenham vindo a focar em abordagens de TI de resposta rápida, que consigam facultar um valor imediato. O speed to market tornou-se assim num argumento essencial para a sobrevivência do negócio nas condições económicas atuais.
O mesmo relatório indica as principais aplicações e investimentos em tecnologia no mercado Europeu e dos Estados Unidos:
– Business Intelligence (inc. Big Data)
– Cloud Computing
– Desenvolvimento de Apps (Europa) | Sistemas ERP (E.U.)
O Business Intelligence continua a ser alvo dos maiores investimentos (desde 2003) de TI. Inclui projetos de Big Data e Data Mining, que servem como veículos de identificação de tendências de mercado. De resto, um estudo da IDC sobre o impacte financeiro do Business Intelligence revela um retorno do investimento de 112% em cinco anos. O Cloud Computing entrou para esta lista em 2009 (posição 17), e a posição que ocupa neste estudo indicia que é agora bem compreendido e que as soluções de cloud computing se tornaram mais maduras. Um estudo de 2011 da Gartner (que incidiu em CIOs) indica que quase metade dos CIOs esperam que as suas aplicações e infraestruturas se baseiem em tecnologias cloud nos próximos cinco anos.
Nos últimos anos, marcas como a Apple e a Google (e mais tarde a Microsoft/Nokia) revolucionaram o mercado com o ecossistema de aplicações criado em torno de dispositivos como o iPhone e o iPad. Como resultado, as organizações europeias introduziram políticas de BYOD nas empresas e o mercado de desenvolvimento de Apps cresceu exponencialmente.
Nos Estados Unidos, são os sistemas de ERP que ocupam o terceiro posto de investimentos em TI e traduz a preocupação em beneficiar de um sistema integrado.
Se compararmos os ambientes contrastantes da Europa e dos Estados Unidos, é possível verificar que existem elementos regionais que têm a capacidade de minimizar a influência de tendências globais (como o nearshore vs offshore) e os investimentos em aplicações e tecnologias relacionadas com a fiabilidade e eficiência de TI. Saliente-se ainda o facto de os gestores de TI terem hoje de lidar com um mundo altamente interligado, pelo que são evidentes as existências de alguns padrões comuns em mercados com diferentes localizações geográficas. Não quer isso dizer, todavia, que os gestores de TI podem ignorar as importantes e sensíveis tendências locais do mercado onde a sua empresa está inserida.
Rui Serapicos, Managing Partner da CIONET Portugal, afirma que «o estudo evidencia conclusões muito interessantes sobre as tendências do mercado e muito especificamente sobre as preocupações dos gestores de TI e sobre a forma como as tecnologias são agora olhadas como um enabler de negócio, e não como um elemento departamental isolado e com as competências tradicionais que lhe eram reconhecidas no passado».