Um risco de incêndio é algo em que, felizmente, não temos de pensar diariamente. No entanto, é uma ameaça silenciosa que se esconde permanentemente, mas para a qual nos podemos preparar. No caso da nossa própria casa ou de um edifício que nos pertence, podemos proteger-nos a nós próprios e a outros com detetores de fumo, extintores de incêndio e outras técnicas de segurança contra incêndios. Inevitavelmente, porém, também nos movemos em locais onde outro é responsável pelos sistemas, pelo que é importante, destaca Rui Florêncio, Field Product Manager para a área de Life Safety da Eaton Iberia, empresa de gestão inteligente de energia, que saibamos comportar-nos corretamente quando os sistemas começam a funcionar e, mais essencial anda, que as nossas crianças façam o mesmo.
Num espaço público (estádio de futebol, cinema, teatro, centro comercial), o incêndio é mais frequentemente detetado por um sistema de deteção de incêndios. Como nos comportamos quando o alarme já começou a soar? Continuamos com o que estamos a fazer ou saímos do edifício? Saímos do edifício para a estrada mais próxima ou para o parque de estacionamento e para o carro? Que exemplo damos aos nossos filhos?
Recorrentemente, em caso de alarme, muitas pessoas tendem a continuar a sua atividade atual, na esperança de que se trate de um falso alarme. Mas, e se os nossos filhos se encontrarem sozinhos? Iremos querer que eles se comportem da mesma forma? Ser um exemplo é crucial, diz o especialista.
Mas mesmo decidindo que é a hora de partir quando ouvimos um alarme, como fazê-lo? Na maioria das vezes, a sinalização de segurança, com a sua coloração verde e setas de evacuação com pessoas em fuga, vêm ao resgate. Mas estamos tão habituados a eles, que a maior parte do tempo nem reparamos. E, infelizmente, também tendem a não ser notados numa situação de perigo – as pessoas simplesmente retrocedem pelo caminho de onde vieram, ou movem-se com as massas, sem pensar se o caminho escolhido é o certo, ou seja, o mais curto para a saída.
A Eaton aconselha, por isso, explicar e ensinar às crianças o significado destes sinais, para que elas se movam, em caso de emergência, de acordo com as indicações transmitidas.
Escolher a melhor abordagem, adequada à idade
Para que a criança se sinta segura e não entre em pânico, vale a pena conversar antecipadamente com ela sobre a segurança contra incêndios, escolhendo explicações adequadas à idade.
Falar de perigo não deve ser assustador. Quando as crianças são mais pequenas, o conselho Eaton passa por aproveitar os momentos em que se deslocam a espaços públicos, como um centro comercial, um estádio, uma loja ou cinema, perguntar à criança se repara nos sinais de evacuação verdes e explicar-lhe o seu significado. Podem até criar um jogo e juntos contarem quantos desses sinais são encontrados, por exemplo, num centro comercial.
No caso dos adolescentes, a Eaton sublinha a importância do alerta ser acompanhado por uma explicação mais substancial do motivo. Mesmo numa situação de emergência real e difícil, é importante não entrar em pânico e analisar sempre a sinalética entender os sinais de evacuação e também perceber o que a massa de pessoas está a fazer à nossa volta, e começar a evacuar mesmo que outros ainda não o tenham começado a fazer. As massas podem estar certas, é claro, mas é fundamental cada qual avaliar a situação.